As lideranças e seus olhares

Após um ano de grandes desafios, a chegada de 2021 renovou as expectativas de mudanças pós-pandemia com a perspectiva da vacina, apesar de ainda carregar consigo muitas incertezas sobre o cenário econômico, sanitário, social. As formas como as lideranças, gestores e profissionais de RH ainda precisarão atuar para equilibrar o crescimento e o cuidado com as pessoas continua evidente. Para traçar um panorama que contribua com as reflexões e o planejamento dos nossos leitores, realizamos um levantamento em alguns canais de mídia para trazer opiniões, insights e percepções de lideranças, empresários, consultores, pensadores que favorecem o debate sobre as lições do ano que passou e 2021. A compilação de dicas e expectativas foram pinçadas de fontes como o Portal Exame, Você RH, HSM Management, Grupo Gestão RH, BBC News Brasil, El Pais e outros. Confira!

Karen Ward, Estrategista-chefe do J.P. Morgan Asset Management.

“Com as notícias positivas sobre a eficácia das vacinas, já podemos ver a luz no fim do túnel. Chegar à saída pode ser questão de meses, dependendo da rapidez com que possam ser produzidos e distribuídos os tratamentos”.

 

Paulo Roberto Esteves Grigorovski, Diretor Executivo de Marketing e Serviços ao Trabalhador da VR Benefícios.

“Notamos que o trabalho remoto aumentou a satisfação das pessoas inicialmente por permitir mais segurança para elas e suas famílias. Posteriormente, o engajamento e a satisfação aumentaram ainda mais com a percepção do tempo ganho na eliminação do deslocamento entre casa e trabalho. Mesmo assim, as empresas não podem descuidar da saúde mental dos funcionários. É um mundo novo em que incerteza pode virar estresse”.

 

Andreza Sampaio de Mello, Doutora em Administração e Professora de Gestão e Negócios

“O que estamos hoje chamando de home office, são adaptações para dar continuidade às atividades do trabalho, muitas vezes de forma improvisada, sem uma estrutura adequada. De repente as equipes estão em casa, dentro de uma rotina completamente nova, em que empresa e casa agora é um lugar único, um lugar novo, construído recentemente e nunca vivido anteriormente.

As equipes sumiram dos olhares dos líderes, e a lógica da gestão comando-controle que já estava em declínio, hoje não faz mais sentido. As lideranças perderam o controle visual, e o grande desafio é influenciar no invisível. É esse lugar que a liderança deve acessar e conseguir engajar seus liderados. Não há muita experiência para essa prática, tudo é novo e é necessário criar novos hábitos e soluções.

Os líderes precisam lidar com outras formas de gestão, já que estamos em um contexto onde é necessária uma liderança humanizada, que incentive o trabalho colaborativo, pautado na empatia, na confiança, que acolha e compreenda que ninguém é perfeito e que todos estão fazendo o melhor que podem. Outro aspecto que deve ser revisto é a forma de comunicar-se com suas equipes. Há uma nova cultura de relacionamento e comunicação, em que é preciso que se estabeleçam conexões racionais e emocionais.

Na dinâmica organizacional os aspectos técnicos, práticos e cognitivos são importantes, porém, não se pode deixar de lado a humanidade, a emoção. Em tempo de crise o que vai fazer a diferença entre os diversos tipos de liderança é a capacidade de autoconhecimento que esse líder tem de si mesmo, pois quando um líder consegue lidar com suas complexidades, ele entende melhor a complexidade do outro, e assim, consegue exercer não apenas uma liderança efetiva, mas também afetiva.”

 

Luke Biermann, Gestora do Fundo Europeu para Pequenas Empresas da Schroders

“A mudança em direção a uma economia digital foi uma característica da pandemia, mas continuará depois dela. As empresas que não tinham uma estratégia online para chegar aos clientes sofreram imediatamente quando foram decretados os confinamentos”.

 

João Pedro Resende, CEO e Cofundador da Hotmart

“O mercado de empreendedorismo e aprendizado on-line mais do que dobrou este ano, oferecendo alternativa de renda, além de desenvolvimento pessoal e profissional, a milhões de pessoas. O acesso a especialistas ficou mais fácil; e a aplicação do conhecimento prático, mais rápida. Vivemos um novo paradigma de formação profissional, que transformará o mundo.”

 

Gisselle Ruiz, Diretora Geral da Intel Brasil

“Ainda é difícil prever os reais impactos da pandemia, mas sabemos que algumas inovações e mudanças adotadas durante a crise serão definitivas.

Uma delas é a incorporação de uma cultura ágil ao modelo de trabalho de forma sistêmica e sustentável. Para se ter uma ideia, segundo um estudo da McKinsey , empresas com práticas ágeis incorporadas em seus modelos operacionais conseguiram gerenciar melhor o impacto da crise da covid-19 do que seus competidores. (…) A pandemia reforçou como é preciso avaliar os profissionais muito além das suas competências técnicas e formação (hard skills), mas também olhar e avaliar suas habilidades comportamentais (soft skills). Inclusive essas habilidades serão essenciais para profissões que ainda nem existem – pesquisam já indicam que 80% das profissões ainda vão surgir nos próximos 10 anos.

Em 2021, como reflexo das mudanças e avanços impostos pelo trabalho remoto em todo o mundo, também devemos acompanhar uma ascensão da diversidade na força de trabalho abraçando pessoas com diferentes capacidades físicas e intelectuais, incluindo a presença de mais mulheres no mercado de trabalho que poderão conciliar a rotina familiar com as novas oportunidades de carreira. Além disso, o home office irá permitir a contratação de profissionais e talentos de todo o mundo, quebrando barreiras geográficas.”

 

Rodrigo Galvão, Presidente da Oracle no Brasil 

“Aprendemos e reaprendemos muito em 2020. A necessidade de se adaptar repentinamente ao novo ritmo da sociedade e economia nos trouxe inúmeras possibilidades de reinvenção em todos os sentidos. A palavra ressignificação passou a fazer parte do nosso vocabulário e principalmente nas nossas ações do dia-dia. Para 2021, o foco em pessoas deve ser redobrado. Ir além do empoderamento e diversidade, precisamos dar atenção a inclusão, valores, cultura, contexto e significados.

Sempre comento que nossa meta é contratar pessoas, formar profissionais e construir equipes. Ou seja, valores são a base, currículo se constrói com a nossa base e todos nós somos eternos aprendizes. Essa é uma forma de ressignificar nossas relações e, por consequência, os negócios que são, sem dúvida, impulsionados pela integridade e engajamento real e espontâneo dos colaboradores.”

 

Robson Braga de Andrade, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

“O ano de 2021 será de retomada econômica após o impacto brutal da pandemia. A velocidade dessa retomada dependerá, principalmente, de três fatores: crédito, emprego e o equilíbrio fiscal do governo. O Banco Central possui um papel fundamental nesse processo de retomada econômica, e iniciativas como o Open Banking tendem a estimular a competição entre as instituições financeiras, aumentando o acesso da população ao crédito com taxas mais competitivas. Outro fator determinante para a aceleração da retomada econômica é o retorno pleno das atividades diante da vacina da Covid-19 para toda população.”

 

Rebecca Goldstein, Filósofa e Escritora.

“O ano de 2020 nos deu esperança porque nos forçou a prestar atenção a alguns dos aspectos mais obscuros de nossa sociedade. A esperança é uma forma leve de autoengano, mas pode alimentar nossa ambição de melhorar, incitando-nos a melhorar nossas vidas e as dos outros. Sem uma esperança que nos dê coragem, nunca assumiríamos nossos projetos de longo prazo ou construiríamos nossas relações transformadoras.

Mas eu gostaria de pontuar a diferença entre esperança, que fortalece a coragem, por um lado, e as ilusões, por outro. Uma das coisas que 2020 nos ensinou, em uma aula implacavelmente avançada, é a importância da distinção entre os dois. Foi a ilusão que ignorou as advertências dos cientistas sobre a abertura da economia muito rapidamente; a ilusão que defende a “imunidade de rebanho” como se tivesse poderes de afastar o mal; a ilusão de quem se cansou do coronavírus antes que o coronavírus se cansasse de nós…

Nada disso é uma esperança que fortalece a coragem, mas sim uma tentativa de descartar a realidade. E a realidade no final sempre vence. É isso que faz com que se torne realidade.”

 

Viviane Mansi, Diretora Regional de Comunicação e Sustentabilidade da Toyota e Diretora da ABRH.

“Quando a empresa diz que está planejando o futuro, aproveite para compartilhar o que deu certo e você gostaria que fosse mantido. Fale também sobre o que ajudou você a ter boas ideias. Inclua nessa sua fala algumas sugestões sobre o que pode ser mudado. Na liderança, tomamos decisões com base nas informações que a gente tem. Então, quando os times falam, dão contexto, compartilham ideias e preferências, a gente tenta acomodar a maior parte possível das demandas. Palavras constroem mundos, repito sempre.”

Confira o conteúdo completo direto nas fontes:

https://vocerh.abril.com.br/mercado-vagas/o-que-esperar-do-mercado-em-2021/ 

https://exame.com/bussola/o-que-grandes-executivos-esperam-da-economia-em-2021-leia-na-bussola-cia/ 

https://www.revistahsm.com.br/post/para-alem-dos-desejos-de-ano-novo 

https://www.gestaoerh.com.br/pt_br/pandemia/8011-quase-metade-das-empresas-nao-possui-um-plano-para-a-retomada-do-trabalho-presencial 

https://hbrbr.com.br/o-futuro-de-nosso-trabalho-remoto/ 

https://www.faesa.br/artigo-os-desafios-da-lideranca-em-tempo-de-pandemia/ 

https://www.bbc.com/portuguese/geral-55496978 

https://brasil.elpais.com/economia/2020-12-27/2021-uma-injecao-de-esperanca-economica.html 

 

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