No processo de formação de lideranças o coaching se destaca como uma importante ferramenta de desenvolvimento pessoal. O líder do futuro conhece suas habilidades, tem metas definidas e sabe colocar em prática seus planos de ação, indo ao encontro do resultado final desejado. Dentre todas as técnicas que o coaching nos oferece, vamos destacar o modelo GROW, que possui uma ótima aplicação com resultados muito satisfatórios dentro dessa área.
O método GROW é uma ferramenta criada pelo britânico John Whitmore, pioneiro do coaching executivo e autor de vários livros sobre o assunto. Ele tem seu alicerce formado pelos seguintes pilares, representados através das iniciais de seu nome:
G: Goals (Metas)
R: Reality (Realidade)
O: Options (Opções)
W: What, when e who (O que, quando e quem)
O GROW, que significa crescimento, é uma das metodologias mais conhecidas e eficazes do coaching. Seu diferencial reside na sua simplicidade e facilidade de aplicação. Através da resposta às perguntas e definição de cada etapa, o coachee consegue visualizar de forma clara a questão, traçar a melhor a estratégia e caminhar em direção aos seus objetivos.
O vídeo “4 passos essenciais para alcançar qualquer objetivo”, do coach Fernando Colella, explica de forma simples e muito didática a ferramenta GROW. Vale a pena assistir:
A partir de hoje faremos uma série de artigos explicando de forma mais aprofundada cada pilar dessa ferramenta e como ela pode ser aproveitada no processo de desenvolvimento pessoal e profissional.
Então, vamos começar pela primeira etapa:
G – Goals (Metas)
Quem caminha sem saber aonde quer chegar não vai pra lugar nenhum, fica totalmente à mercê das circunstâncias.
É importante, seja na área profissional ou pessoal, ter metas claras e definidas. Na formação do líder do futuro isso não seria diferente! Dessa forma, para dar início à metodologia entra aqui talvez a etapa mais importante do processo: o estabelecimento das metas que você deseja alcançar. Com elas em mente, ficará mais fácil definir a estratégia e direcionar seus esforços, evitando despender tempo e energia com ações desnecessárias.
No artigo intitulado “Além do crescimento: um novo modelo de coaching”, Dr. Sabine Dembkowski e Fiona Eldridge explicam a necessidade de trabalhar de forma significativa nessa etapa, definindo e aprimorando metas: “às vezes, os clientes sabem exatamente o que querem, mas outros exigem mais ajuda na formulação do objetivo”. Eles explicam também que esse não é um processo linear e que coach e coachee trabalham “indo e vindo” muitas vezes, até que as metas sejam definitivamente escolhidas.
Algumas perguntas que você deve se fazer e que irão ajudar na conclusão dessa etapa:
Além disso, é muito importante que você seja específico e escolha metas reais. Não adianta ser vago e generalista. É preciso defini-las de forma detalhada e com termos quantitativos, até mesmo para que depois você tenha parâmetros e possa avaliar o resultado de forma efetiva. Também não adianta estabelecer um objetivo que você sabe que está fora do seu alcance por algum motivo. É preciso trabalhar dentro do que é real e possível.
Definir suas metas de maneira assertiva irá proporcionar uma grande motivação para que você comece a ir atrás delas. Isso sem contar que, ao visualizá-las e tê-las sempre em mente, estará condicionando seu cérebro e pensamentos a buscarem sempre melhores soluções. Criar uma ideia real sobre a meta, visualizando como você estará após atingi-la, também contribui bastante. Dr. Sabine Dembkowski e Fiona Eldridge afirmam que “isso tem o efeito de fazer com que a meta pareça realizável e ajuda a ter uma ideia muito mais clara sobre ela”.
Seguindo essa linha de pensamento, sobre a visualização das metas e o condicionamento do nosso cérebro, vale lembrar a importância de focar sempre no positivo. Por exemplo: se você coloca como meta “não fechar o mês no prejuízo”, sua atenção estará voltada para o prejuízo, claro!
John Whitmore, criador do método GROW, nos dá uma importante lição sobre metas em seu livro “Coaching para aprimorar o desempenho”. Segundo ele, é importante diferenciar o que são METAS FINAIS e METAS DE DESEMPENHO.
Sobre METAS FINAIS ele afirma que “a meta final, que define o objetivo final – tornar-se o líder de mercado, ser nomeado diretor de vendas, fechar uma determinada conta estratégica, ganhar a medalha de ouro -, raramente estará absolutamente sob seu controle”. Ou seja, existem muitos fatores externos incontroláveis, que podem influenciar no fato de você alcançar ou não sua meta final.
Já as METAS DE DESEMPENHO identificam o nível de esforço que você deve ter para aumentar as chances de atingir a meta final. Um exemplo de meta de desempenho citado no livro seria “conseguir correr 1 quilômetro em 3 minutos e 40 segundos até o final de setembro”. Melhorar seu desempenho irá ajudar o corredor atingir sua meta final, que seria a medalha de ouro. A medalha de ouro não é garantida, já que existem inúmeros outros fatores que o corredor não pode controlar, como a performance dos seus concorrentes, por exemplo. Porém, ele pode se comprometer e assumir a responsabilidade com suas metas de desempenho.
Sendo assim, podemos concluir que, sempre que possível, as metas finais devem ser apoiadas em metas de desempenho. “A meta final pode fornecer a inspiração, mas a meta de desempenho define a especificação”, ensina Whitmore.
Então, mãos à obra! Aproveite as dicas para definir com clareza suas metas e prepare-se para a segunda etapa do GROW, que explicaremos na próxima semana.
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