Sentir para evoluir.

A capacidade de controle de impulsos e emoções, da mesma forma como a busca de equilíbrio entre aspectos emocionais e racionais, é parte do processo de amadurecimento de cada indivíduo e uma competência que deve ser inerente às lideranças. O desafio de gerir as emoções no atual momento de consequências sociais e de isolamento em decorrência da pandemia, associado a um contexto de transformações de valores e de inovações tecnológicas em um “novo presente”, está posto. Não poucas vezes acompanhado de instabilidade emocional que pode comprometer a habilidade analítica, atitudes e a própria saúde mental.

 

Mergulhar nas próprias emoções é uma forma de se descobrir. A experiência leva a reflexões e à própria catarse, conduzindo a um processo contínuo de autoconsciência e autoconhecimento. O livro “Resgate Emocional: como trabalhar com suas emoções e transformar o sofrimento e a confusão em energia que te fortalece”, de autoria do aclamado professor budista Dzogchen Ponlop Rinpoche, traduzido por Eduardo Pinheiro e comercializado no Brasil pela editora Lúcida Letra, mostra como o indivíduo pode se libertar da posição de vítima de suas emoções ao se tornar íntimo delas.

Com uma linguagem bem-humorada, direta e conteúdo transformador, Ponlop discorre que as emoções podem “tanto nos colocar em uma verdadeira montanha-russa – levando-nos do êxtase à profunda desilusão e desespero” como também podem conceder cor às vidas das pessoas. O autor sugere que que “aprendendo a nos relacionar habilidosamente com nossas emoções é que poderemos nos beneficiar de sua riqueza e colher sua sabedoria, ao invés de deixarmos elas nos controlarem”.

 

“As emoções não precisam ser um problema. Qualquer emoção pode levar a um sentido de energia positiva ou ao seu oposto: uma dose de melancolia e ruína. Só depende de como trabalhamos os nossos sentimentos, de como respondemos ao surto de energia” Dzogchen Ponlop Rinpoche.

 

O vídeo a seguir traz uma breve argumentação do autor. O livro pode ser adquirido no portal da Lúcida Letra.

 

 

Uma forma atual de refletir sobre o aprendizado da gestão das emoções é aplicá-lo no contexto da pandemia. Esse contexto foi muito bem descrito no artigo “Pare de lutar contra suas emoções”, de Isabella Ianelli, publicado originalmente na revista VejaSp do dia 15 de abril de 2020, na coluna A Tal Felicidade. O artigo tem início em um questionamento realizado durante o curso em que a autora ministra, sobre como os participantes estavam sendo emocionalmente afetados pela pandemia e na recepção das respostas dos alunos. “Algumas pessoas relataram que já estão sem emprego, outras contaram que são parte do tal grupo de risco, muitas são as únicas responsáveis pelos pais idosos e havia ainda alguns profissionais da saúde por lá, bastante apreensivos”, afirma Isabella.

 

Em seguida, a autora oferece uma profunda reflexão sobre a gestão das emoções com um olhar empático para o sofrimento do outro.

“Quando nos abrimos para a dor do outro um processo mágico acontece. Primeiro, saímos de nosso próprio sofrimento tão ensimesmado: minha vida, meu propósito, minha carreira… Sabe quando estamos completamente imersos em nossas pequenices e nos irritamos com tão pouco? A fala atravessada de alguém, o dia nublado, o saldo negativo… Tudo isso ganha outra dimensão perto de sofrimentos tão diversos: não é menor nem menos importante, mas me vejo no outro e espelho o outro em mim. É aberta uma conexão muito simples e profunda: a humanidade comum que há entre nós.

Depois, ganhamos a possibilidade de usar esse sofrimento imenso como combustível para uma ação bondosa no mundo. É como se finalmente estivéssemos enxergando a realidade. Afinal, se está tudo tranquilo em meu isolamento social em home office e eu não estou experienciando emoções dolorosas, talvez seja por não estar contemplando o tanto de sofrimento que está presente no mundo agora. Ao abrir os olhos, posso finalmente agir não pela aflição de estar sentindo medo, ansiedade ou frustração: posso agir pela conexão que se abriu e por desejar o fim do sofrimento do outro exatamente como desejo o fim da minha dor” (Isabella Ianelli).

Reprodução: arte de Julia Malkova

Ianelli busca respostas para essas questões e avança sobre um terreno fértil a respeito da negação de algumas emoções, sobre a forma de senti-las e assimilá-las, propondo parar a luta contra os sentimentos, a fim de “dividir nosso sofrimento e aceitar suas ressonâncias em nós”. Uma perspectiva individual que, quando levada ao nível social, torna-se capaz de transformar e salvar o próprio mundo.  

 

Para conferir a íntegra do texto de Isabella Ianelli, [clique aqui] e acesse o seu blog.

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