Hoje damos sequência a nossa série de posts sobre o modelo de coaching mais utilizado pelos profissionais: GROW (Goals; Reality; Options; What, When e Who), desenvolvido por Sir John Whitmore e descrito no livro Coaching para Performance. No post anterior, abordamos uma visão geral do método e a sua primeira etapa: Goals (Metas), enquanto que neste segundo post iremos tratar das etapas Reality (Realidade) e Option (Opções).
O modelo GROW é uma forma simples de estruturar um processo de coaching, que objetiva a reflexão, o planejamento e a posterior ação do participante. A cada uma das letras do método, são atribuídas indagações que precisam ser respondidas pelo participante do processo de crescimento ou pela própria equipe. Sim, além de ser um modelo de autoconhecimento e de desenvolvimento pessoal, o GROW também é uma forma de exercício de liderança, para que o líder se transforme no verdadeiro coach do time. Através das reflexões coletivas, o time pode ser instigado a construir e ser parte de algo maior, de modo colaborativo, engajado, e não simplesmente acatando ordens para atingir ao alvo.
Edição Brasileira do livro Coaching para Performance, de John Whitmore (2006).
Em um primeiro momento do GROW os questionamentos sobre as “Metas” visam o esclarecimento de onde o participante quer chegar, quais são os seus objetivos naquele momento. É preciso que a etapa seja realizada com paciência, até o estabelecimento de uma meta que seja inspiradora e extensa. Já na segunda etapa, “Realidade”, vemos a contraposição dos objetivos (futuro) com o ponto presente. Ou seja, a segunda etapa compara as expectativas com a condição atual, realizando uma “provocação” para incentivar o pensamento, o estudo e a análise da situação, proporcionando a oportunidade de flexibilizar as Metas, se necessário. A terceira etapa “Opções”, estimula o indivíduo a buscar as próprias soluções para atingir as metas e superar os problemas os desafios constatados na etapa “Realidade”. As reflexões do participante sobre suas opções são a chave para as suas próprias soluções.
REALITY (Realidade)
Em suma, realiza-se na etapa uma avaliação da situação atual do participante, mantendo em vista o que já foi realizado até o momento, esclarecendo resultados e efeitos, e fornecendo a compreensão dos obstáculos internos que podem limitar a progressão de busca das Metas. A tomada de consciência sobre si é o critério para examinar a realidade (ver as coisas como são), que deve ocorrer de forma descritiva, imparcial e sem julgamento, para enfim contribuir com a identificação dos fatores internos do participante que são capazes de distorcer a própria percepção da realidade.
“O critério mais importante para examinar a realidade é a objetividade. A objetividade está sujeita às maiores distorções causadas por opiniões, julgamentos, expectativas, preconceitos, preocupações, esperanças e medos do observador. A consciência está observando as coisas como elas são; a autoconsciência está reconhecendo esses fatores internos que distorcem a percepção que a pessoa tem da realidade. A maioria das pessoas pensa que é objetiva, mas a objetividade absoluta não existe. O melhor que temos é um grau dela, mas quanto mais perto conseguimos chegar disso melhor.” (John Whitmore, Coaching para Performance)
Exemplos de perguntas para se enxergar a realidade:
O que está acontecendo no momento?
Quão importante é isso para você?
Em uma escala de 1 a 10, se uma situação ideal for 10, em que número você está agora?
Em que número você gostaria de estar?
Como você se sente sobre isso?
Que impacto isso está causando em você?
O que está em seus ombros?
Como isso afeta outras áreas da sua vida?
O que você está fazendo que o leva em direção ao seu objetivo?
O que você está fazendo que está atrapalhando seu objetivo?
Quanto ou quantos …? (quantificação)
Quem mais isso afeta?
OPTIONS (Opções)
Na etapa Opções, o participante tem a oportunidade de refletir sobre diversas e criativas possibilidades de se alcançar a “Meta” no contexto da sua “Realidade”, sem se preocupar (neste momento) com a resposta “certa”. Neste momento é mais importante levantar amplas alternativas, tanto em quantidade como na elasticidade de distinção, indo além do previsível, de maneira aberta e fluida, ainda que as opções não pareçam realidades viáveis em um primeiro momento. Nesta etapa é necessário encontrar maneiras de lidar com os levantamentos de etapas anteriores para progredir no processo de coaching, levando o participante a responder perguntas que o auxiliem a pensar em formas de atingir a “Meta”.
“O processo estimulador do cérebro de reunir todas as opções é tão válido quanto a própria lista de opções, porque mantém a essência criativa fluindo. É dessa ampla base de possibilidades criativas que passos de uma ação específica serão selecionados. Se preferências, censura, sarcasmo, obstáculos ou a necessidade de completude são expressos durante o processo de coleta, potencialmente, contribuições de valor serão perdidas e as escolhas serão limitadas” (John Whitmore, Coaching para Performance).
Exemplos de perguntas para estimular a busca de opções:
O que você poderia fazer?
Quais ideias você tem?
Que alternativas você tem?
Mais alguma coisa?
Se houvesse mais alguma coisa, o que seria?
O que funcionou no passado?
Que passos você poderia tomar?
Quem poderia te ajudar com isso?
Onde você pode encontrar as informações?
Como você pode fazer aquilo?
E se você tivesse um orçamento suficientemente grande?
E se você tivesse uma equipe maior?
E se você soubesse a resposta? Qual seria?
E se o obstáculo não existisse? O que você faria?
“Quando você está certo de que não tem mais idéias, é justamente aí que surge mais uma” (John Whitmore).
Para acessar o post anterior sobre a etapa “Metas”, clique aqui. No próximo post do blog encerraremos a série sobre o modelo GROW de coaching, traçando um paralelo prático da sua aplicação. Confira!
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